Homenagem Póstuma ex-Secretário da SBEA Prof. Dr. Duvílio Aldo Ometto

Homenagem Póstuma ao Prof. Dr. Duvílio Aldo Ometto, que foi sócio-fundador da SBEA, onde exerceu o cargo de Secretário Geral por mais de duas décadas.

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Plantas de cobertura são aliadas no manejo da compactação do solo

Os sistemas de preparo do solo vêm exigindo um olhar mais apurado na hora da escolha do manejo a ser adotado. No período de inverno é muito importante manter o solo coberto já pensando nos próximos cultivos de verão. As plantas de cobertura surgem nesse momento como fundamentais para proteger o solo contra processos erosivos e a lixiviação de nutrientes. Algumas espécies possuem a capacidade de reciclar nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento das plantas que serão cultivadas em sucessão. As suas características podem contribuir para reduzir custos de produção, melhorando os atributos físicos, químicos e biológicos do solo.

No sistema de plantio direto o solo nunca deve estar descoberto e no período mais frio do ano é necessário ter alguma cultura fazendo o papel de cobertura, uma vez que existem poucas opções de culturas comerciais. Segundo Marcio Albuquerque, diretor da Falker, as coberturas devem ser adequadas conforme a cultura semeada no último verão e a que será plantada no próximo. O cultivo de espécies de plantas de cobertura pode ser feito com uma única espécie ou mais ao mesmo tempo e na mesma área. “Não necessariamente você vai colocar a mesma cobertura em todos os talhões. É possível usar plantas com diferentes estruturas de raízes”, explica.

Albuquerque, que também é presidente da Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP), afirma que a tomada de decisão sobre os tipos de cobertura a serem utilizados  deve ser feita com base na condição da área. A agricultura de precisão ajuda na identificação de variabilidade nas lavouras e com esta informação das diferenças que existem, é possível melhorar também o manejo das plantas de cobertura. “Ao aplicar a agricultura de precisão, o produtor consegue fazer a sua escolha de acordo com a realidade de cada talhão. Existem trabalhos acadêmicos que colocaram em um mesmo talhão coberturas diferentes em função dos dados dos mapas gerados anteriormente. E com isso, é possível utilizar a melhor cobertura para cada área conforme o diagnóstico obtido. As plantas de cobertura tem a finalidade de ciclar nutrientes, ou seja, disponibilizar para as plantas diferentes nutrientes”, observa.

As plantas de cobertura ajudam a construir a fertilidade sendo fundamentais para preparar a próxima safra melhorando a condição física do solo. Existem espécies com diferentes características de raiz, como por exemplo o nabo forrageiro que tem uma raiz mais vigorosa que consegue romper camadas compactadas penetrando em locais onde a raiz da soja não entra. Com um diagnóstico de como está a compactação da área, o produtor sabe a característica física do solo para escolher o tipo de cobertura. Onde não tem problema pode colocar a aveia preta que já está acostumado a usar, mas onde tem o problema pode fazer um tratamento diferente. Vale ressaltar que é muito importante medir a compactação e gerar mapas de compactação para ajudar na tomada de decisão do uso das melhores plantas de manejo.

Dependendo dos níveis de compactação do solo, se está em nível extremo, as plantas de cobertura não conseguirão resolver e nesses casos é necessário fazer uma intervenção mecânica para quebrar a camada compactada. Normalmente a operação mecânica é feita antes do plantio, embora existam trabalhos acadêmicos mostrando que a escarificação pode ser realizada com a planta de cobertura em estágio inicial no solo. A raiz da planta de cobertura vai ocupar o espaço que foi gerado pela intervenção mecânica e com isso vai estruturar melhor o solo, ou seja, o resultado é bom a partir de uma combinação de intervenção mecânica com plantas de cobertura em situações de compactação extrema.

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SELEÇÃO DE ALUNOS PROGRAMA PÓS-GRADUAÇÃO IRRIGAÇÃO E DRENAGEM

Agronomia - Irrigação e Drenagem

Objetivos

       O Programa tem por objetivo fundamental a formação de profissionais para atuação em ensino e pesquisa na área de Irrigação e Drenagem. Aos pós-graduandos é dada uma formação básica sólida, além do oferecimento de disciplinas avançadas coerentes com as linhas de pesquisa do Programa, que são: Manejo da Irrigação; Engenharia da Irrigação; Drenagem Agrícola; Quimigação; Reuso de Água na Agricultura; Monitoramento de Parâmetros Agrometeorológicos; e Geoprocessamento Aplicado à Irrigação e Drenagem.

Histórico

       O Programa de Pós-Graduação em Agronomia, Área de Concentração em IRRIGAÇÃO E DRENAGEM da UNESP - Botucatu, tem regularmente oferecido os cursos de mestrado e doutorado desde 1988, tendo sido o primeiro do país a oferecer o doutorado na referida área. O Programa vem evoluindo continuamente em diversos aspectos. Inicialmente eram apenas duas linhas de pesquisa, Manejo de Irrigação e Engenharia de Irrigação, sendo que com a evolução das pesquisas e das necessidades da agricultura irrigada, bem como com a contratação de novos docentes, chegou-se ao estado atual de 7 (sete) Linhas de Pesquisa, a saber: Manejo da Irrigação; Engenharia da Irrigação; Drenagem Agrícola; Quimigação; Reuso de Água na Agricultura; Monitoramento de Parâmetros Agrometeorológicos; e Geoprocessamento Aplicado à Irrigação e Drenagem. Estas Linhas de Pesquisa combinam temas fundamentais da área de Irrigação e Drenagem e temas de vanguarda, estando plenamente alavancados pela atuação dos docentes permanentes.

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SELEÇÃO DE ALUNOS PROGRAMA PÓS-GRADUAÇÃO IRRIGAÇÃO E DRENAGEM

Agronomia - Irrigação e Drenagem

Objetivos

       O Programa tem por objetivo fundamental a formação de profissionais para atuação em ensino e pesquisa na área de Irrigação e Drenagem. Aos pós-graduandos é dada uma formação básica sólida, além do oferecimento de disciplinas avançadas coerentes com as linhas de pesquisa do Programa, que são: Manejo da Irrigação; Engenharia da Irrigação; Drenagem Agrícola; Quimigação; Reuso de Água na Agricultura; Monitoramento de Parâmetros Agrometeorológicos; e Geoprocessamento Aplicado à Irrigação e Drenagem.

Histórico

       O Programa de Pós-Graduação em Agronomia, Área de Concentração em IRRIGAÇÃO E DRENAGEM da UNESP - Botucatu, tem regularmente oferecido os cursos de mestrado e doutorado desde 1988, tendo sido o primeiro do país a oferecer o doutorado na referida área. O Programa vem evoluindo continuamente em diversos aspectos. Inicialmente eram apenas duas linhas de pesquisa, Manejo de Irrigação e Engenharia de Irrigação, sendo que com a evolução das pesquisas e das necessidades da agricultura irrigada, bem como com a contratação de novos docentes, chegou-se ao estado atual de 7 (sete) Linhas de Pesquisa, a saber: Manejo da Irrigação; Engenharia da Irrigação; Drenagem Agrícola; Quimigação; Reuso de Água na Agricultura; Monitoramento de Parâmetros Agrometeorológicos; e Geoprocessamento Aplicado à Irrigação e Drenagem. Estas Linhas de Pesquisa combinam temas fundamentais da área de Irrigação e Drenagem e temas de vanguarda, estando plenamente alavancados pela atuação dos docentes permanentes.

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SELEÇÃO DE ALUNOS PROGRAMA PÓS-GRADUAÇÃO IRRIGAÇÃO E DRENAGEM

Agronomia - Irrigação e Drenagem

Objetivos

       O Programa tem por objetivo fundamental a formação de profissionais para atuação em ensino e pesquisa na área de Irrigação e Drenagem. Aos pós-graduandos é dada uma formação básica sólida, além do oferecimento de disciplinas avançadas coerentes com as linhas de pesquisa do Programa, que são: Manejo da Irrigação; Engenharia da Irrigação; Drenagem Agrícola; Quimigação; Reuso de Água na Agricultura; Monitoramento de Parâmetros Agrometeorológicos; e Geoprocessamento Aplicado à Irrigação e Drenagem.

Histórico

       O Programa de Pós-Graduação em Agronomia, Área de Concentração em IRRIGAÇÃO E DRENAGEM da UNESP - Botucatu, tem regularmente oferecido os cursos de mestrado e doutorado desde 1988, tendo sido o primeiro do país a oferecer o doutorado na referida área. O Programa vem evoluindo continuamente em diversos aspectos. Inicialmente eram apenas duas linhas de pesquisa, Manejo de Irrigação e Engenharia de Irrigação, sendo que com a evolução das pesquisas e das necessidades da agricultura irrigada, bem como com a contratação de novos docentes, chegou-se ao estado atual de 7 (sete) Linhas de Pesquisa, a saber: Manejo da Irrigação; Engenharia da Irrigação; Drenagem Agrícola; Quimigação; Reuso de Água na Agricultura; Monitoramento de Parâmetros Agrometeorológicos; e Geoprocessamento Aplicado à Irrigação e Drenagem. Estas Linhas de Pesquisa combinam temas fundamentais da área de Irrigação e Drenagem e temas de vanguarda, estando plenamente alavancados pela atuação dos docentes permanentes. 

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Parceria entre Embrapa e Agrícola Nova América busca maior produtividade da cana-de-açúcar em ambientes restritivos

Segundo dados da Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul), o Estado é o quinto maior produtor de cana-de-açúcar do país e está se consolidando como um dos Estados brasileiros com vigorosa expansão da cultura. 

O Mato Grosso do Sul possui um amplo potencial produtivo, com uma matriz de uso e ocupação do solo diversificada, em que se cultivam soja, milho, algodão, arroz, cana-de-açúcar, pastagens, eucalipto, seringueira, além de erva-mate, café, frutas e hortaliças. 

Dada as diferentes características de clima, relevo, temperatura, umidade do ar, radiação, tipo de solo, e precipitação pluvial existentes no Estado, as pesquisas da Embrapa Agropecuária Oeste, localizada em Dourados, buscam fornecer respostas e soluções que possam contribuir com a melhoria da capacidade produtiva dos sistemas produtivos regionais. Uma atenção especial vem sendo dada pela Unidade aos estudos com cana-de-açúcar no Mato Grosso do Sul.

Por meio de parcerias com a Biosul, desenvolvimento de projetos de pesquisas com Usinas, capacitações, entre outros, a Unidade da Embrapa vem avançando em busca de resultados que possam agregar valor a esse importante setor produtivo.  Dentre as diversas iniciativas, destaca-se um experimento recém implantado numa área de seis hectares na Agrícola Nova América, em Caarapó, que pretende contribuir com respostas relacionadas a recuperação de solos arenosos, ocupados com pastagens degradadas, para implantação de lavouras de cana-de-açúcar.

“A equipe da Embrapa Agropecuária Oeste tem buscado atender as demandas do setor canavieiro do Estado e, para isso, estamos com trabalhos fortes com cana-de-açúcar sendo realizados, com bons projetos aprovados, parcerias importantes e experimentos implantados. Essa é uma das linhas de pesquisas prioritárias da Unidade”, destaca o Chefe Geral da Unidade, Guilherme Lafourcade Asmus.

Cana-de-açúcar - Segundo o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, José Rubens Leme Filho, a cana-de-açúcar é uma gramínea semi-perene, de sistema radicular fasciculado e muito dependente das condições físicas e químicas dos solos até a profundidade de 80-100 cm, sendo que essas características reforçam a importância da qualidade do solo para o desenvolvimento da atividade. 

“Uma lavoura de cana bem manejada pode produzir por até dez anos de forma consecutiva, sem necessidade de renovação. Mas, isso está diretamente relacionado a qualidade do solo no período de implantação do canavial, além das estratégias de manejo adotadas”, explica Leme Filho. O pesquisador é responsável pela liderança do projeto de pesquisa intitulado CanaMS, que está sendo executado até 2021, e que pretende contribuir com o aperfeiçoamento do sistema de produção de cana-de-açúcar em Mato Grosso do Sul.

Evolução da pesquisa - As atividades de alinhamento de agendas entre a Embrapa e a Biosul tive início em 2012, quando foi realizado o primeiro Seminário, que buscava identificar demandas de pesquisa junto ao setor produtivo regional. “De lá para cá as parcerias só foram se fortalecendo e ampliando. O experimento mais recente foi instalado em março, numa área de 6 hectares, na Usina Nova América, em Caarapó”, explica o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Cesar José da Silva.

Segundo Silva, se trata de uma Unidade Experimental Multidisciplinar (UEM), vinculado ao Projeto de Pesquisa CanaMS, com o objetivo de dar respostas ao Plano de Ação que busca implementar sistemas de produção, com o objetivo de melhorar o ambiente produtivo da cana-de-açúcar, buscando ampliar o cultivo em ambientes restritivos, que tem como características solos de textura arenosa, com baixa fertilidade e baixa capacidade de retenção de água.

“O objetivo dessa Unidade é propor sistemas que visam melhorias do sistemas de produção, através do uso de doses de corretivos (calcário e fosfato), sistemas de incorporação de calcário profunda com arado de aiveca em comparação ao preparo tradicional com grade aradora e preparo com subsolagem”, explica Cesar.

Para isso, estamos utilizando alguns sistemas que antecedem o plantio da cana-de-açúcar. Após a eliminação da pastagem degradada, retirada da vegetação espontânea e o preparo do solo, citado anteriormente, implantamos plantas de cobertura, como a Brachiaria brizantha, cultivar Xaraés, seguido de crotalária, para só então inserir a cana-de-açúcar. O cultivo de plantas de cobertura e adubos verdes após o preparo intensivo do solo para sistematização e incorporação dos corretivos, visa manter a cobertura e promover a estruturação do solo, protegendo contra o efeito erosivo das chuvas nos meses verão.

“Essa é uma pesquisa de longo prazo, que propõe um manejo diferenciado do solo, com o objetivo específico de melhorar a sua qualidade, que acreditamos terá maior capacidade de retenção de água, melhor fertilidade, incremento de biomassa e quem sabe proporcionando até ampliação da vida útil e da capacidade produtiva do canavial ao longo dos anos”, explica o pesquisador.

Experimento - O pesquisador responsável pela implantação do experimento na Agrícola Nova América, Carlos Hissao Kurihara, explica que na Unidade Experimental serão avaliados os aspectos fitotécnicos, de fertilidade do solo e da nutrição de plantas. “E como o próprio nome sugere, envolve várias avaliações multidisciplinares, tais como: microbiologia do solo, avaliação econômica, avaliação de balanço de energia e tudo isso é feito com apoio e acompanhamento dos técnicos da Agrícola Nova América.

Kurihara explica que foram implantados três sistemas distintos e que essa demanda surgiu em função do plano de expansão da Agrícola Nova América que pretende instalar canaviais em áreas com solos arenosos, classificados como ambientes restritivos. 

Parceria de sucesso - O Supervisor de Planejamento Agronômico da Usina Nova América, Cleir Inácio Matheus Pereira Junior, explica que esse projeto pode contribuir com a estabilidade de produção da Usina Nova América e se diz satisfeito com a parceria. “A Embrapa é uma instituição de pesquisa renomada e que tem uma equipe de profissionais altamente qualificada”, acrescenta. 

“Buscamos técnicas que nos auxiliem a ter êxito e possam nos apresentar soluções para esse processo de expansão e implantação de canaviais em ambientes restritivos. A Unidade da Agrícola Nova América em Caarapó está em crescimento e buscamos novas tecnologias e estratégias de manejo que proporcionem melhorias na qualidade do solo”, acrescenta Cleir. 

Segundo ele, atualmente, 52% dos canaviais da Usina estão instalados em ambientes restritivos classificados na escala D e E. Apenas 12% está sendo cultivado em ambiente A e B e explica “indo de Caarapó no sentido de Dourados ou Amambai estão os melhores ambientes. Já no sentido de Juti, os ambientes são desfavoráveis. Esses locais, por sua vez, não são muito utilizados para o cultivo de soja devido aos baixos resultados de produtividade e, por isso, temos mais disponibilidade de novas áreas para ampliação de canaviais nessas regiões.

 

Fonte: Christiane Congro Comas - Grupo Cultivar

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Método Compost Barn aumenta a produção leiteira de Barra Mansa

Mesmo em um cenário de redução de demanda, o Rio de Janeiro, segundo maior mercado consumidor do País, tem produzido menos leite do que consome. Como resultado, o Estado teve que recorrer às importações do produto, para garantir o abastecimento.

Diante a necessidade de suprir o mercado interno, produtores de leite do município de Barra Mansa, localizado no sul do estado fluminense, com o apoio do Sindicato Rural local, resolveram investir em um método que, além de aumentar a produção do produto, oferece melhor qualidade de vida aos animais, além de benefícios ao meio ambiente.

“Trata-se do Compost Barn, que consiste em um grande espaço físico coberto para descanso das vacas, com o objetivo de garantir conforto e um local seco para os animais ficarem durante o ano todo. O aumento da produção é consequência da melhora na qualidade de vida do rebanho”, explica o presidente do Sindicato Rural de Barra Mansa, Adílson Delgado Rezende.

Segundo Rezende, o interesse nesse sistema surgiu, além da necessidade, de uma visita feita pela diretoria do sindicato, acompanhada de técnicos e produtores a uma exposição agropecuária no sul do País. “Até o momento, esse método foi adotado por duas fazendas na cidade, mas a ideia é expandir para outras regiões”, informa.

Além do aumento sustentável da produção, o método visa reduzir custos de manutenção, melhorar índices produtivos e sanitários dos rebanhos e possibilitar o uso correto de dejetos orgânicos provenientes da atividade leiteira.

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Unesp pesquisa pasto ecológico e mais lucrativo

Conservar a natureza e obter lucro. Esse conceito dá sustentação a uma das mais importantes experiências feitas no Brasil visando reduzir a emissão de gás metano na atmosfera e, ao mesmo tempo, acelerar o ganho de peso do gado nelore no sistema de pastagem tropical.

O projeto foi elaborado e está sendo conduzido por pesquisadores da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Jaboticabal (SP).

O metano (CH4) é o principal gás de efeito estufa gerado pela pecuária. Produzido pelo sistema digestivo do boi e eliminado pela boca e narina, é o segundo gás que mais contribui para o aquecimento global. Conhecer quanto o bovino de corte emite e as causas que influenciam é fundamental para a sustentabilidade da pecuária e o aprimoramento da prática.

Os experimentos são feitos desde 2014 e seguirão até o ano de 2021, porém, as pesquisas científicas remontam a uma década, informa o professor da Unesp e coordenador do projeto, Ricardo Andrade Reis. Ele é zootecnista com formação em pastagem. “Procuramos integrar o sistema, manejando ao mesmo tempo o pasto, os animais e o solo. Há ainda uma inter-relação com o clima e o mercado.”

Segundo o estudioso, a pecuária moderna deve atuar integrando todos os elos da cadeia produtiva. “A responsabilidade tem de ser repartida por todos, e o sistema só funciona se houver lucratividade”, afirma Ricardo. Essa dinâmica está sendo cada vez mais adotada no Brasil e é necessária, à medida em que o país se consolida como um dos maiores exportadores mundiais de carne, enquanto, paralelamente, exigências ambientais se acirram por parte do consumidor interno e internacional.

A pecuária praticada no Brasil é criticada por ser emissora de gases. Nos últimos dez ou 15 anos, no entanto, alta tecnologia genética, melhora considerável na alimentação e manejo do gado e pasto encarado como cultura mitigam os impactos ambientais. E mais: segundo Ricardo Reis, pastagens bem manejadas absorvem carbono e compensam o metano emitido pelas vacas. “Desmitificam assim o papel da atividade como vilã no processo de aumento das temperaturas globais. A opinião pública tem de receber informações seguras acerca dos resultados positivos referentes ao salto tecnológico nas fazendas. A pecuária de ponta hoje interage com a natureza, ajuda na conservação ambiental”, enfatiza Ricardo.

Os experimentos na Unesp comprovam. A adubação de pastagens de gramíneas tropicais com nitrogênio e a suplementação da dieta com nutrientes selecionados têm resultado na redução das emissões de gases de efeito estufa e no aumento do ganho de peso por hectare, o que se traduz em eficiência econômica. O projeto tem colaboração de especialistas da University of Queensland, da Austrália, da University of Florida, dos EUA, da Embrapa Pecuária Sudeste e da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), Polo Regional de Assis.

É  financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O auxílio chega também de empresas privadas, que colocam seus produtos nos experimentos. O financiamento da Fapesp e a colaboração das empresas mantêm ativo o trabalho em tempos de verbas escassas para as universidades públicas. 

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Cafeicultor investe em irrigação eficiente e espera aumentar produtividade em 40%

Impactados pela crise hídrica que assolou a produção de café conilon no Espírito Santo, a Fazenda Vitório Orletti, em Pinheiros (ES), apostou na irrigação por gotejamento para melhorar a gestão da água na propriedade e impulsionar a produção

A Fazenda, bastante tradicional no cultivo de conilon, está localizada no extremo norte do estado, uma das regiões mais desenvolvidas do agronegócio capixaba. Com espírito empreendedor, a família Orletti buscou alternativas viáveis para manter a produção de café de qualidade diante das adversidades climáticas.

Desde a seca que derrubou a produção de conilon em 2016, a Fazenda Vitório percebeu a necessidade de melhorar a gestão da água na propriedade. Os investimentos visam substituir outros métodos de irrigação para irrigação localizada por gotejamento. “Inicialmente nossa ideia era economizar água, já que temos um grande problema de falta de água na região. Porém, depois vislumbramos que seria possível potencializar a produtividade também, tudo isso utilizando menos água no mesmo espaço”, ressalta o cafeicultor, Thiago Orletti.

O projeto de irrigação localizada será implementado inicialmente em 10% da área total. Segundo Orletti a expectativa é de que a produção suba para 100 sacas por hectares em média, um avanço de 40% frente a produtividade atual da fazenda. A conclusão está prevista para março de 2018.

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No campo, a revolução das startups

Já  faz tempo que o campo virou paradigma de avanço tecnológico no País. Foi com ele que o agronegócio passou a ostentar grandes cifras e bater recordes de produtividade ano a ano. Na fronteira dessa inovação se encontra uma safra de jovens empreendedores, de 20, 30 e poucos anos, que usam big data, internet das coisas e até o conceito de economia compartilhada para revolucionar a maneira como o produtor cuida da lavoura e do seu negócio.

De acordo com a Associação Brasileira de Startups (ABStartups), nos últimos dois anos, quase quadruplicou a quantidade de startups ligadas à agricultura - as chamadas agritechs, ou agtechs. Hoje, estima-se que haja cerca de 200 no País. Essas empresas, muitas incubadas em universidades, desenvolvem soluções em agricultura de precisão, monitoramento de lavoura e automação de equipamentos.

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